Professores do Recife ainda não têm previsão de acabar com greve
O sindicato dos professores afirma que a categoria não vai abrir mão do ajuste salarial completo
Publicado: 13/05/2025 às 21:18

Professores da Rede Municipal de Ensino do Recife protestam/Felipe Godim/Divulgação
A greve dos professores da Rede Municipal de Ensino de Recife, que começou na última sexta-feira(9), reinvidicando ajuste de 6, 27% no piso salarial, segue sem previsão de acabar e com as negociações paralisadas. A categoria recusou a proposta de 2,45% de reajuste, a partir de maio, feita pela Prefeitura do Recife, na mesa de negociação, antes do anúncio da greve. De acordo com o Sindicato Municipal dos Profissionais da Rede de Ensino Oficial do Recife (Simpere), havia uma conversa marcada com a prefeitura para esta terça-feira (13), cancelada pelo órgão municipal.
Segundo Jaqueline Dornelas, coordenadora geral do Simpere, a prefeitura comunicou, também, que retomará as negociações apenas com a suspensão da greve por parte dos professores. "Ontem, nós recebemos um comunicado que a mesa de hoje estava suspensa, porque o governo tomou a decisão política de não negociar com nenhuma categoria que estivesse em greve”, complementou.
Nesta terça-feira, os professores protestaram na Câmara dos Vereadores e depois seguiram em passeata até a Avenida Conde da Boa Vista, no Centro do Recife, junto com os enfermeiros que estão em greve há mais de seis dias. "Fizemos nosso trabalho e fomos nas escolas hoje à tarde. Ratificamos o grande sucesso da adesão, que está em torno de 98%, nas escolas", destacou a porta-voz do Simpere.
O aumento no piso da categoria foi determinado pelo Ministério da Educação (MEC), em portaria publicada em janeiro deste ano. Segundo o Simpere, está prevista para esta quarta-feira (14) uma nova assembleia do sindicato, pedindo a reabertura da negociação com a prefeitura. "Greve é um direito constituicional. O governo não pode fechar o canal de negociação. A categoria quis a greve, para repudiar essa posição, nesse arrojo salarial, que o governo está impondo”, afirmou Jaqueline Dornelas.
Ela enfatizou, ainda, o compromisso com a reposição das aulas perdidas. Procurada pelo Diario, a Prefeitura do Recife não respondeu o motivo da suspensão das negociações. Em nota, a Secretaria de Eduçação disse que "a medida adotada pela categoria impacta diretamente a vida de milhares de estudantes, causando prejuízos de aprendizagem, problemas no cumprimento do calendário do ano letivo e prejuízos no acesso à alimentação escolar".

