"Não me intimidarei": secretário-executivo do governo rebate acusação de Álvaro Porto de liderar "milícia digital"
O secretário-executivo de Informações Estratégicas do governo do estado, Manoel Medeiros, afirmou que foi exposto por denunciar um suposto esquema de corrupção
Publicado: 20/08/2025 às 19:26

Secretário-executivo de Informações Estratégicas do governo do estado, Manoel Medeiros (Foto: Reprodução)
Poucas horas após ser citado nominalmente pelo presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), como um dos responsável por uma "milícia digital" que atua para atacar parlamentares, o secretário-executivo de Informações Estratégicas do governo do estado, Manoel Medeiros, afirmou que não irá se intimidar “à velha política”. A acusação do deputado foi feita nesta quarta-feira (20) na tribuna da Casa.
Álvaro Porto afirmou que o secretário-executivo é responsável pela denúncia anônima contra a deputada Dani Portela (PSOL) junto ao Ministério Público de Contas (MPCO) e à imprensa. Ele foi visto em uma lan-house em um shopping um dia antes da denúncia ter vindo à tona.
Manoel Medeiros teria denunciado Dani Portela pela suspeita de ter contratado uma suposta empresa fantasma que pertenceria a um tio do seu marido para prestar serviços de “consultoria e trabalhos técnicos” ao seu gabinete na Alepe.
Depois de ser acusado pelo presidente da Alepe, Manoel Medeiros afirmou, por meio de nota, que recebeu com “surpresa o fato de a Polícia Legislativa do Estado de Pernambuco ter sido acionada” para investigá-lo.
“No exercício da minha cidadania, levantei e solicitei aos órgãos competentes apuração sobre indícios de irregularidades. Utilizei o anonimato para, obviamente, preservar a minha integridade. Trata-se de um meio garantido pelas leis brasileiras. Tudo isso fora do horário de expediente e nas dependências de um shopping center, como expuseram os dados da investigação legislativa a que fui ilegalmente submetido”, complementa.
Ele ainda destaca que foi “invadido e exposto simplesmente por denunciar um possível esquema de corrupção”. Manoel disse, ainda, que rechaça “tentativas de intimidação e - mais importante - sublinhando a necessidade de proteção” à sua integridade física.
“Por fim, tenho a confiança de que as denúncias serão apuradas como se deve. Pernambuco não se dobrará à velha política. A intimidação - típica dos tempos de regimes totalitários - precisa ficar pra trás”, finalizou.
Entenda o caso
O deputado Álvaro Porto acusou o secretário-executivo de Informações Estratégicas do governo estadual, Manoel Medeiros, de comandar uma “milícia digital” responsável por ataques a parlamentares.
Ele atribuiu a suposta motivação ao fato de Dani Portela ter requerido a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Publicidade, que investiga os gastos do governo com comunicação, inclusive envolvendo a “milícia digital”.
A denúncia contra Dani Portela apontava que a deputada teria contratado, desde 2023, uma empresa considerada fantasma, supostamente ligada a um tio de seu marido, para prestar serviços de “consultoria e trabalhos técnicos” ao seu gabinete.
Em resposta, a deputada negou qualquer irregularidade, afirmando que a contratação foi analisada e aprovada pela Procuradoria da Alepe. Para ela, o episódio não passa de uma tentativa de desviar a atenção da CPI que apura os contratos de publicidade do governo estadual.

