Beto Lago: 'No futebol pernambucano, inevitavelmente, o amanhã começa no que se faz agora'
Sport, Náutico e Santa Cruz vivem o desafio de reconstruir suas histórias e planejar o futuro com mais responsabilidade
Publicado: 04/11/2025 às 07:35
Sede da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) (Rafael Vieira/ FPF)
Reflexão
Uma reflexão repassada por um primo me fez enxergar alguns paralelos com o nosso futebol. Ele lembrava o velho ditado popular: “Nada como um dia após o outro.” A frase, simples e sábia, resume bem o ciclo natural das coisas: o que hoje parece definitivo pode se transformar amanhã; e as escolhas que fazemos hoje inevitavelmente moldam o que virá depois. Nos gramados pernambucanos, essa ideia faz ainda mais sentido. O Sport, por exemplo, acaba de encerrar um dos piores Brasileiros da sua história. Um ano de erros acumulados, más contratações e um futebol pobre que exige reconstrução profunda. O Leão precisa reencontrar sua identidade. Entender que o peso da camisa não ganha jogo quando o planejamento é raso. O Santa Cruz, por outro lado, vive o eterno desafio de renascer. Um clube que carrega uma das maiores torcidas do Nordeste, mas que ainda tenta se reerguer das ruínas institucionais e esportivas dos últimos anos. A esperança do tricolor é que o próximo “dia” traga um novo ciclo de estabilidade, algo que só virá com humildade e gestão. E o Náutico segue pelo mesmo caminho da reconstrução, tentando recuperar o orgulho alvirrubro após quedas e decepções. O clube parece, enfim, buscar um projeto de longo prazo, aprendendo a olhar além das urgências que sempre atrasaram o crescimento dos Aflitos. Mas o futebol, assim como a vida, é feito de ciclos. E se nada é eterno, nem o sucesso, nem o fracasso, o “dia seguinte” chegará também para o nosso futebol. Desde que o presente seja tratado com responsabilidade, visão e coragem. Porque o amanhã, inevitavelmente, começa no que se faz agora.
O Vitória conquistou a Série A2, um retorno tão esperado pelos torcedores e pela cidade. O América terminou com vice invicto, mas segue levantando questionamentos sobre o regulamento. Mas a história ainda não acabou. O Caruaru City obteve, junto ao TJD-PE, a suspensão do jogo da semifinal contra o próprio América. A decisão judicial pode alterar completamente o desfecho do Estadual e colocar em xeque o título recém-celebrado.
O gigantismo da F1
São Paulo se prepara para mais um espetáculo da Fórmula 1. Não apenas na briga pelo título mundial, com Lando Norris e Oscar Piastri, da McLaren, e Max Verstappen, da RBR, disputando cada ponto. Mas com seus números gigantescos. A prova em Interlagos deve movimentar R$ 2 bilhões, gerando 20 mil empregos e atraindo mais de 300 mil pessoas. Além disso, 95% da rede hoteleira já está ocupada. Uma semana de oportunidades na capital paulista.
Perdas com apostas ilegais
Segundo levantamento da Yield Sec, 51% de todas as apostas no Brasil estão nas mãos de casas ilegais, que operam à margem da regulamentação do Ministério da Fazenda. Não pagam impostos, não seguem as normas da Lei 13.756/2018 (Lei das Bets) e drenam bilhões de reais que deveriam ser revertidos em arrecadação e controle. No primeiro semestre de 2025, o mercado legalizado movimentou R$ 17,4 bilhões em receita bruta de jogos (GGR). Isso significa que o mercado ilegal lucrou ainda mais: R$ 18,1 bilhões, sem deixar um centavo em tributos.