Cerca de 20% dos brasileiros sofrem com pedras na vesícula
A cirurgia para a retirada do órgão é o principal tratamento nos casos sintomáticos
Luíza Cabral Saraiva - Estúdio DP
Publicado: 03/09/2025 às 08:42

Jacobina explica que a cirurgia para remoção da vesícula é relativamente simples, com baixa taxa de complicação e internamento curto (Rafael Vieira/DP FOTO)
Responsável por armazenar a bile produzida pelo fígado, a vesícula biliar desempenha um papel importante na digestão das gorduras ingeridas durante a alimentação. No Brasil, cerca de 20% da população acaba desenvolvendo cálculos biliares, popularmente conhecidos como “pedras na vesícula", por causa do excesso de colesterol e sais biliares. Esse dado representa quase 20 milhões de brasileiros. Segundo o cirurgião do aparelho digestivo do Hospital Jayme da Fonte, Omar Jacobina, o tratamento mais indicado é a cirurgia para a retirada do órgão.
O principal sintoma dessa condição é a dor na parte superior direita do abdômen, principalmente após o consumo de alimentos com um grande percentual de gordura. Além disso, os pacientes podem sofrer com náuseas e vômitos, sensação de estufamento, azia e falta de apetite. Mulheres acima de 40 anos, gestantes, sedentários, obesos, pessoas com histórico na família e usuários de anticoncepcional oral estão mais propensos a desenvolver as pedras na vesícula.
Para liberar a bile, a vesícula contrai e, caso haja pedras, essa contração se torna dolorosa. Apesar disso, a identificação dos cálculos biliares acontecem durante exames de imagem rotineiros, já que, 70% das pessoas que têm pedra na vesícula não apresentam sintomas, apenas em crises. “Na inflamação aguda, a dor pode não ter relação direta com a alimentação. Ela pode simplesmente ser uma dor que começa no seu abdômen e não melhora, mesmo com os analgésicos. Nesses casos, o ideal é procurar o serviço de urgência”, explica o especialista.
Após o diagnóstico, a retirada da vesícula através de um procedimento cirúrgico (colecistectomia) passa a ser indicada como tratamento, já que não é possível remover apenas os cálculos. Quando os sintomas persistem mesmo com o uso de analgésicos, associados a inflamação ou infecção, a cirurgia precisa ser realizada com urgência. Já nos casos em que a dor é recorrente, mas cede com a medicação, a recomendação é optar por uma intervenção programada.
“A cirurgia é relativamente simples, com baixa taxa de complicação e internamento curto. Normalmente o paciente fica menos de um dia no hospital. Ele chega, opera e tem alta no dia seguinte. Se operar de manhã cedo, pode ter alta inclusive no mesmo dia”, finaliza Jacobina.
Com 70 anos de atuação no polo de saúde de Pernambuco, o HJF é referência na assistência à saúde. A unidade conta com um centro de diagnóstico por imagem, urgência e emergência 24h em diversas especialidades, além de consultas ambulatoriais e um moderno centro cirúrgico.

