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Operação Free Provider

Integrante do CV liderava quadrilha que extorquia empresas de internet no Recife, diz investigação  

Segundo apuração,  Erison Francisco do Nascimento, conhecido como "Erison do Ibura", era o líder da quadrilha responsável por extorquir empresas de internet em bairros da Zona Sul

Felipe Resk

Publicado: 03/09/2025 às 15:38

Equipamentos de internet foram apreendidos na operação /Polícia Civil

Equipamentos de internet foram apreendidos na operação (Polícia Civil)

Uma investigação da Polícia Civil aponta que Erison Francisco do Nascimento, conhecido como “Erison do Ibura”, era o líder da quadrilha responsável por extorquir empresas de internet em bairros da Zona Sul do Recife.

Ele e outros cinco suspeitos foram alvos da Operação Free Provider, deflagrada pela Polícia Civil, nesta quarta-feira (3).

Segundo o inquérito, Erison seria integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e era o principal beneficiado pelo esquema para controlar o serviço de internet nas regiões do Ibura e do Jordão.

O investigado, que já tinha antecedentes criminais, era considerado foragido da Justiça antes mesmo da operação.

O Diario de Pernambuco apurou que a organização criminosa usaria uma empresa de fachada, chamada “Turbo Net”, cujos proprietários também são investigados no inquérito.

Conforme a investigação, o grupo cobrava taxas para que outros provedores de internet atuassem nos bairros, sob risco de ter os equipamentos de distribuição (caixas CTO) destruídos pelos criminosos.

Nos documentos oficiais, Erison do Ibura é descrito como “indivíduo de alta periculosidade” e apontado pela polícia como responsável por ordenar “ações criminosas para monopolizar o serviço de internet na região”. O suspeito também seria conhecido pelas alcunhas de “Boy” ou “Chico Bento”.

Hierarquia

Erison e outros cinco investigados tiveram a prisão preventiva decretada pelo juízo da 13ª Vara Criminal da Capital, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). O magistrado também determinou o bloqueio de bens, de até R$ 100 mil, para cada investigado e para a Turbo Net.

Apontados como proprietários da empresa, os empresários Alexsandro Medeiros de Lima, o “Alex”, de 29 anos, e Luiz Carlos de Souza Lima Júnior, o “Mosquito”, de 30, foram capturados, no Ibura, durante a operação. Eles devem ser encaminhados ao Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel).

Em endereço ligado a Luiz Carlos, a Polícia Civil apreendeu um iPhone 12, uma maquininha de cartão de crédito e um computador. Na delegacia, o investigado optou por permanecer em silêncio.

Os envolvidos foram identificados a partir de relatos de testemunhas protegidas. Até o momento, no entanto, a Polícia Civil não soube dimensionar à Justiça o número de vítimas do esquema nem o tamanho do prejuízo causado pela suposta quadrilha.

Linha de frente

Os outros três alvos da operação são Dayvson Amorim, também chamado de “DVS”, de 29 anos, Ailton José de Santana Neto, conhecido como “Neto Perverso”, de 21, e Wagner Gabriel Pereira da Silva, de 22 anos. Todos foram capturados e são suspeitos de atuar na “linha de frente de ações violentas e de intimidação”.

Durante o cumprimento dos mandados de prisão, Wagner e DVS também acabaram autuados em flagrante. O primeiro, que estaria com 10 pedras de crack e 13 bigs de maconha, vai responder por tráfico de drogas. Já o segundo foi pego com uma pistola, de calibre 9 milímetros, dois carregadores e 45 munições.

Em interrogatório, Wagner alegou que os entorpecentes seriam para uso pessoal e negou qualquer envolvimento com os demais investigados. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos demais investigados.

Em nota, a Polícia Civil afirma que a Operação Free Provider é presidida pelo delegado Alaumo Gomes de Lima, da 8ª Circunscrição Policial do Jordão, que é vinculada à 3ª Delegacia Seccional de Polícia Civil.

“A investigação foi iniciada em julho de 2025, com o objetivo de identificar e desarticular organização criminosa voltada à prática do crime de extorsão perpetrado contra empresas do setor de serviços de internet, seus prestadores e consumidores”, diz o comunicado. Ao todo, 45 policiais civis foram empregados na ação.

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