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Economia
TARIFAÇO

Ato em defesa da soberania reúne autoridades e movimentos sociais contra tarifaço

Público presente à mobilização na Faculdade de Direito do Recife se posicionou contra o tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao Brasil

Cecilia Belo

Publicado: 31/07/2025 às 23:44

Mobilização Brasil Soberano na UFPE/Crysli Viana/DP Foto

Mobilização Brasil Soberano na UFPE (Crysli Viana/DP Foto)

Autoridades, lideranças políticas e representantes estudantis se reuniram no Salão Nobre da Faculdade de Direito do Recife (FDR/UFPE) na noite desta quarta-feira (31) para protestar contra as sanções econômicas impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que passam a vigorar no dia 6 de agosto. O “Ato em Defesa da Soberania Nacional e das Instituições Republicanas” também buscou reafirmar a independência do país diante de pressões internacionais.

O ato teve início com a leitura pública da Carta da Praça Adolfo Cirne, assinada por representantes da FDR e da UFPE, que denuncia "qualquer interferência estrangeira em nossas questões internas" e rechaça "agressões ou submissão unilateral a exigências descabidas de nações estrangeiras".

A carta também defende o papel das universidades como espaços plurais de pensamento e reafirma a importância da Constituição de 1988 como fundamento da democracia brasileira.

O vice-reitor da UFPE, Moacyr Araújo, classificou as sanções norte-americanas como “uma iniciativa fascista de um governo de extrema-direita” e afirmou que o Brasil não aceitará interferências externas. “Nosso país já atingiu um patamar de solidez democrática que não permitirá ingerência desse tipo. O Congresso, no entanto, está aquém do que deveria. Faltou uma resposta à altura de sua responsabilidade institucional”, disse.

Já o diretor da FDR, Torquato Castro Júnior, defendeu o papel das universidades na formação crítica dos jovens e fez um alerta: “Precisamos chamar atenção para a gravidade do momento. Isso não é um jogo para principiantes. Está em curso uma tentativa de enfraquecimento do país por meios obscuros e virulentos”.

Representando a União Nacional dos Estudantes (UNE), Everton Simão, que cursa Biblioteconomia na UFPE, lembrou que a mobilização estudantil está apenas começando: “A gente voltou às ruas para disputar a política e defender o Brasil. Retomar os símbolos do país, como a bandeira e a camisa da seleção, é uma forma de mostrar que eles pertencem ao povo, não a projetos de submissão”.

Também participaram da manifestação autoridades como a vice-diretora da FDR, Antonella Galindo; a presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella; o deputado federal Carlos Veras (PT), a deputada estadual Dani Portela (Psol) e a ex-deputada Marília Arraes (SD).

Mobilização segue nesta sexta (1ª)
Aberto ao público, o ato foi organizado pela UFPE em conjunto com a FDR, e integra as mobilizações nacionais convocadas por entidades como a CUT, a Frente Brasil Popular e a UNE. Esta foi a segunda mobilização no Recife, nesta semana, contra o tarifaço e em defesa da soberania brasileira.

A agenda se estende nesta sexta (1º), com novo ato pelas ruas do Recife, no chamado Dia Nacional de Mobilização pela Soberania Brasileira, organizado por sindicatos e movimentos populares. A concentração será a partir das 15h30, na Praça do Derby, com caminhada até a Ponte Duarte Coelho, no centro da capital pernambucana.

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