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Política
Julgamento de Bolsonaro

Defesa: "O que tem contra Braga Netto são oito prints adulterados e uma delação mentirosa"

O general Walter Braga Netto é acusado de coordenar as ações mais violentas da trama golpista

Guilherme Anjos

Publicado: 03/09/2025 às 13:49

Advogado do general Walter Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima/Foto: Rosinei Coutinho/STF

Advogado do general Walter Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima (Foto: Rosinei Coutinho/STF)

O advogado do general Walter Braga Netto, José Luis de Oliveira Lima, afirmou que as acusações do procurador-geral da República (PGR) contra o ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) baseiam-se somente em “uma delação mentirosa e oito prints adulterados”. O militar é réu no julgamento do núcleo 1 da trama golpista no Supremo Tribunal Federal (STF).

“Ouvi o tempo inteiro que se falava que ‘não tem só a colaboração nesse processo contra Braga Netto, tem um monte de provas’. Estamos falando de quase 80 TB [terabytes] de documentos, 225 milhões de áudios e mensagens [incluídos nos autos]. E o que tem contra Braga Netto é esta delação mentirosa e oito prints adulterados”, disparou o defensor.

Lima se refere à delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, um dos principais alicerces do caso. Devido a contradições e omissões registradas nas alegações finais da PGR, a contribuição foi alvo de críticas das defesas dos outros réus do núcleo 1, que pedem sua anulação.

“Já provamos nos autos. A acusação fez um discurso muito bonito, muito bem lido. Mas não tem prova. É um discurso, uma narrativa acusatória. Não se pode condenar alguém com base numa narrativa. Há de condenar alguém com base em provas. E o Ministério Público, com o máximo respeito, não trouxe provas nenhuma. E não por incompetência, não por inércia do Ministério Público. É porque não as tem, com essa quantidade industrial de documentos”, afirmou Lima.

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, acusou o general Braga Netto de “atuar de forma incisiva para garantir o êxito da empreitada golpista, coordenando as ações mais violentas da organização criminosa”. Lima classificou a acusação como “duríssima”.

“A PGR se baseia na fala de Mauro Cid para duas afirmações. Que no encontro realizado na casa de Braga Netto, de aproximadamente 20 minutos, foi debatido o plano Punhal Verde e Amarelo, a Copa 22, e o financiamento para dar suporte à execução do plano”, declarou o advogado, negando que haja provas do envolvimento do ex-ministro para além da delação.

O general Walter Braga Netto está preso preventivamente desde o dia 14 de dezembro de 2024, acusado de tentar ter acesso à delação de Mauro Cid para interferir no andamento das investigações.

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