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Associados do Clube Português votam pela evolução da proposta de construção do shopping na sede

Assembleia convocada para debater a construção do shopping teve 57 votos favoráveis contra 50 votos contrários à continuidade do projeto

Marília Parente

Publicado: 31/07/2025 às 09:50

Clube Português é Patrimônio Imaterial do Recife desde novembro de 2024/Cortesia

Clube Português é Patrimônio Imaterial do Recife desde novembro de 2024 (Cortesia)

Associados proprietários do Clube Português, na Zona Norte do Recife, votaram pela evolução do projeto de construção de um shopping na sede da agremiação. Realizada na noite da última quarta-feira (30), a assembleia extraordinária convocada para debater o tema teve 57 votos favoráveis contra 50 votos contrários ao megaempreendimento.

A aprovação, contudo, não representa a deliberação final dos associados a respeito do shopping. Depois de um longo debate com a CM Construtora, responsável pela proposta, o corpo associativo decidiu constituir comissões para dar continuidade aos estudos e aperfeiçoar o projeto. 

 

Apenas depois disso, a proposta final voltará a ser votada e, se aprovada, apresentada à prefeitura. A gestão municipal já teve acesso à proposta atual e solicitou um estudo de impacto de trânsito.

Ficaram de fora

Sócios do Português têm questionado os processos internos de votação acerca do projeto imobiliário. No último dia 16 de junho, o juiz Ossamu Narita, da 20ª Vara Cível da Capital do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), determinou a reativação imediata do título de sócia-proprietária número 385, pertencente à médica Margareth Rose de Oliveira Maciel.

Ela descobriu que havia perdido os direitos associativos sob justificativa de inadimplência, às vésperas de uma assembleia marcada pelo clube para discutir o projeto do shopping. Nos autos, a defesa da médica afirma que seu procurador chegou a se dirigir ao clube com o objetivo de regularizar eventuais débitos, mas foi informado de que o título estava “bloqueado” e que nenhuma informação financeira ou boleto para pagamento seriam fornecidos.

O procurador em questão era o empresário Nogue Maciel, filho de Margareth, para quem ela transmitiu seus direitos de sócia. “Os sócios-proprietários não pagavam mensalidades no clube. Isso mudou de três anos para cá, mas ninguém nos informou. Apenas depois, fiquei sabendo que a convocação dos associados inadimplentes tinha acontecido no jornal interno do clube, por meio da numeração dos títulos. A gente nem lembrava desse número”, explica Nogue.

Segundo a defesa de Margareth, outros sócios passaram pela mesma situação. “O ‘bloqueio’ de 179 (cento e setenta e nove) títulos tem por finalidade manipular o placar das assembleias, a fim de facilitar a aprovação do negócio [a construção do shopping] pelo quadro social”, diz a peça do advogado Rafael Carneiro Leão.

Projeto

Fontes ouvidas pelo Diario de Pernambuco relataram que o projeto utilizaria toda a capacidade de construção dos 26 mil metros quadrados da área do clube. Com térreo e três pavimentos, o novo centro de compras deve ter o dobro de lojas do Shopping Plaza, no bairro de Casa Forte, que reúne cerca de 160 empreendimentos.

Já o empresarial seria construído virado para a Praça do Entroncamento, segundo uma fonte que prefere não se identificar. O projeto prevê ainda que as três torres residenciais fiquem integradas ao shopping, através de uma laje.

A proposta inclui um edifício empresarial e três torres residenciais integradas ao shopping, em formato de “U”. Cada uma delas deve ter entre 60 e 70 metros de altura. O clube continuaria funcionando na cobertura do empreendimento.

Assista ao vídeo de apresentação do projeto:

 

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