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MÚSICA

Luedji Luna chega ao Recife com turnê que une dois álbuns inéditos

Cantora celebrada e agora atriz, Luedji Luna se apresenta na Concha Acústica da UFPE com um projeto ousado de dois discos dedicados ao amor

Allan Lopes

Publicado: 01/08/2025 às 04:00

Cantora Luedji Luna se apresenta na Concha Acústica da UFPE/Foto: Henrique Falci/Divulgação

Cantora Luedji Luna se apresenta na Concha Acústica da UFPE (Foto: Henrique Falci/Divulgação)

Quando Luedji Luna lançou o álbum Um Mar Pra Cada Um, no final de maio, a vírgula no final do título não passou despercebida. Um detalhe que parecia apenas estilístico, logo se revelou sinal de continuidade com Antes Que A Terra Acabe, disponibilizado um mês depois. Agora, o ciclo se completa através da turnê que une os dois trabalhos, chegando ao Recife neste domingo para uma apresentação única na Concha Acústica da UFPE. Antes disso, neste sábado, ela participa da segunda edição do Festival Pernambuco Meu País (PEMP), que desta vez faz parada em Buíque, no Agreste

Dois discos em menos de um mês parece um passo ousado, mas é coerente com a trajetória de Luedji, que ressignifica a MPB ao cruzá-la com arranjos sofisticados do jazz, neo soul e hip hop. “Arrisco, experimento e desenho o que desejo comunicar a minha arte de uma forma muito individual”, diz a cantora baiana, em conversa com o Viver.

Um Mar Pra Cada Um conclui a trilogia das águas iniciada com Bom Mesmo É Estar Debaixo D’Água (2021), trazendo uma reflexão introspectiva sobre o amor. Luedji explora as nuances do desejo e da busca por afeto, com participações especiais de Liniker, Nubya Garcia e Beatriz Nascimento. “É o amor em sua forma mais profunda, com suas estranhezas e até com o que há de feio. Tudo isso também faz parte e é necessário para que ele seja vivido por inteiro”, explica. Entre as músicas, estão Dentro Ali, Harém e Salty.

Por outro lado, Antes Que A Terra Acabe introduz o elemento terra com toda sua aspereza e realidades cruas que Luedji encontrou na busca pela paixão verdadeira. “Nele, encaro contradições e imperfeições .Mas também é onde encontro alegria, luz e prazer”, afirma a artista. “É um trabalho que abraça o hedonismo e a sedução como parte da natureza humana, e se abre aos desejos mais íntimos e primitivos”, completa. O álbum conta com colaborações de Seu Jorge, Arthur Verocai, Robert Glasper e Rapsody em faixas como Apocalipse e Pavão.

Luedji retorna à capital pernambucana como cantora, após ter vindo como atriz para a exibição de A Melhor Mãe do Mundo, de Anna Muylaert, no Cine PE, em que interpreta Val, prima de Gal (Shirley Cruz). O longa foi eleito o melhor do festival pelo júri. “Recife é um lugar mágico. Respira cultura. E estar aí com o filme, explorando essa outra vertente, me trouxe ainda mais admiração por esse lugar”, celebra ela, que poderá ser vista nas telonas de todo o país a partir da próxima quinta-feira.

Seja na atuação ou na música, Luedji aproveita o momento para se afirmar como uma artista multifacetada, capaz de ocupar novos espaços sem abrir mão da voz que a projetou. “Estou muito feliz com essa nova fase. Adorei a experiência e espero ter outras oportunidades no audiovisual. A agenda está cheia de ensaios e compromissos, mas a gente sempre dá um jeito de conciliar tudo”, diz a artista, afinal, sua arte não se contenta em caber em um só formato.

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