° / °
Viver
EXPOSIÇÃO

Mostra expõe acervos históricos da identidade negra pernambucana

'Entre Linhas e Lutas', de Oluyiá França e Teresa França (mãe e filha), ocorre no MuAfro, no Bairro do Recife, e abrirá nesta quarta (3)

Diario de Pernambuco

Publicado: 02/09/2025 às 14:38

 /Foto: Ubira Machado

(Foto: Ubira Machado)

Reunindo 43 peças que fazem parte de acervos afetivos e históricos das múltiplas expressões da identidade negra pernambucana, a designer de moda e pesquisadora Oluyiá França e a artista e educadora Teresa França apresentam nesta quarta-feira (3), às 19h, a exposição 'Entre Linhas e Lutas: Indumentárias de Memórias em Movimento', com entrada gratuita, no MuAfro, localizado na Rua Mariz e Barros, no Bairro do Recife.

Vestidos, saias, batas, camisas, bolsas e boinas contam histórias de resistência, afeto e pertencimento da mostra. Nesta ocasião de abertura, Oluyiá França também lança o site https://oluyia.com.br, com o resultado da pesquisa sobre a indumentária negra nos museus de Pernambuco. 

'Entre Linhas e Lutas' propõe um diálogo entre heranças familiares e o legado do movimento negro. A curadoria é de Teresa França e Oluyiá França, mãe e filha que dialogam em torno da arte, da educação e da militância no Movimento Negro, enquanto a produção é de Beatriz Arcoverde e a produção executiva, de Daniela Azevedo.

A exposição tem incentivo da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) por meio do edital Museus e Memória Social, do Governo de Pernambuco / Secretaria de Cultura / Fundarpe. A pesquisa foi desenvolvida com incentivo do Funcultura / Governo de Pernambuco / Secretaria de Cultura / Fundarpe e do SIC Recife / Prefeitura do Recife.

“É um espaço para compreender como as memórias, as histórias e as tradições visuais se entrelaçam ao meu trabalho, costurando passado, presente e futuro”, explica Oluyiá.

As peças e imagens expostas revelam que vestir é também um ato de resistência, afirmação e pertencimento. A narrativa destaca a pluralidade de expressões que compõem o “estilo da luta” e como dialogam com diferentes contextos do movimento negro.

Entre as peças expostas na mostra está uma bata de 1981, uma das primeiras vestimentas da Ala do Movimento Negro (MNU) para desfilar no Afoxé Ilê de África, organizado pelo mestre Zumbi Bahia. A peça foi costurada por Amélia Gomes do Nascimento, tia e mãe de criação de Teresa França. O desenho À de Xangô foi idealizado por Jorge de Morais Barbosa, pai de Oluyiá.

Ao final, a exposição também estimula que o público se reconheça como parte dessa continuidade histórica e cultural. Cada visitante é incentivado a deixar sua marca em mural, escrevendo ou desenhando memórias vestidas.

Mais de Viver

Últimas

WhatsApp DP

Mais Lidas

WhatsApp DP